1. |
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Chega sem pedir
Com desejo de matar
Vem pra destruir
Toda paz que se mostrar
Diz logo o que quer
E o tanto que é capaz
Tenta se esconder
Muito além das máscaras
E o seu golpe é covarde
Nem dá pra acreditar
Cria pouco alarde
Pra depois implantar o inferno no ar
Veja este lugar
(ou o que dele ainda restou):
Tanta gente só
Tentando sobreviver
Cada um com o seu
Desespero ou êxtase
Partilhando a dor
Ou quando é feliz
Sonhos perdem
Se refazem
Deixam de existir
Somos gado de abate
Você tanto quanto eu
E antes que você me mate
A sangrar, que não seja eu
Devo matar?
Minhas próprias mãos me traem
Minhas próprias mãos não fazem
Meus olhos já não podem crer
No que as minhas mãos me trazem
Minhas próprias mãos se calam
Minhas próprias mãos não falam
Meus olhos já não podem ver
O que as minhas mãos capazes
Não posso ver, não posso ver
O que me trazem (não posso ver)
Com meus olhos tão cobertos de sangue
O diabo está tocando o piano
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2. |
Exangue
04:41
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Tantas oportunidades claras, tantas caras
E nenhum gesto ou expressão
Mesmo entre todos no recinto
Eu não sinto o mesmo gosto
Aquela identificação
Pelas teorias do desgaste, do embate,
Em um segundo tudo vai se destruir
A velocidade banaliza, em verdade
Finaliza antes de se digerir
Vendo tudo que me resta
Não presta pra encerrar o show
Tanta coisa que me afasta
Não basta pra definir quem sou
Ou para onde vou
Sempre que você procura essa felicidade pura
E não acha, tende então a se fechar
Não vê, na busca mora a dor
E o amor perfeito, de tanto sangrar, um dia irá secar
Tantas formas de se ver a vida
Mas insistir na ferida é gostar de sentir dor
Toda vez que esfria, lembro um dia
Mas se esquecer esse assunto vai me fazer um favor
Vejo tudo que me resta
Não presta pra encerrar o show
Tanta coisa que me afasta
Não basta pra definir quem sou
Ou para onde vou
Sempre que você procura essa felicidade pura
E não acha, tende então a se fechar
Não vê, na busca mora a dor
E o amor perfeito, de tanto sangrar, um dia irá secar
De vez
Um dia irá secar
De tanto sangrar, um dia tudo irá secar
De tanto sangrar, um dia tudo vai secar
De vez
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3. |
O Tempo Através
06:46
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Às vezes você faz o exato oposto do que quer
Sem nem mentir pra si, respira fundo e vai
E depois nota, então, que era muito pra bancar
Não sustenta a dor, mas tenta se manter
Nada vai matar
Nada vai fazer isso morrer
Porque você não quer deixar
Deixa então bater
Deixa tudo vir
O que houver
Que também não irá curar
Às vezes você quer acreditar que é capaz
Sem fazer por mal nem pensar em si
Pra depois desvendar o que sabia e não quis ver
O peso era demais, mesmo pra você
Nada vai matar
Nada vai fazer isso morrer
Porque você não quer deixar
Deixa então bater
Deixa tudo vir
O que houver
Que também não irá curar
Pelo tempo através
Até o fim
Que jamais é fim
Vai lhe seguir
Acompanhar
Você irá conhecer
Outras verdades
Talvez maiores
Vai se distrair
E ser feliz, até
Pode erguer construções
De realidades inteiras
E ainda assim
Não vai esquecer
Você não vai esquecer
Não vai esquecer
Não vai esquecer
Não vai esquecer
Não
Não vai, não vai
Não vai, não vai
Não vai, não vai
Não
Não vai esquecer
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4. |
Teima
06:02
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Quase acreditei
Errando em estradas onde jamais saberei
Mas há luzes no altar
Abraço a voz que teima em não calar
Quanto haverá de mim
Nesse inferno de querer
Pois além há mais
Águas no deserto
O incerto a me guiar
Por mais que o corpo dobre
A sombra não desfaz
Quanto haverá de mim
Pra reconhecer
Quanto mais o vento corta
O silêncio diz
Quase ancorei
Em raízes mortas já tão frágeis de prender
Pelos vales a soprar
O pranto na miragem faz-se mar
Só o que resta desse cais
É uma teia a se abrir
Pois o fim jamais
Será do meu intento o enterrar
Por mais que o corpo dobre
A sombra não desfaz
Quanto haverá de mim
Pra reconhecer
Quanto mais o vento corta
Por mais que o corpo dobre
A sombra não desfaz
Quanto haverá de mim
Pra reconhecer
Quanto mais o vento corta
O silêncio
O silêncio
O silêncio
O silêncio diz
Quanto mais se faz a teima
Em silêncio a me dizer
Tanto mais se abre a teia
Desse inferno de querer
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